Hoje o dia começou assim...

...fresco na rua o que é sempre uma excitação, quente em casa com duas meninas que pareciam uns autênticos "forninhos" o que é sempre uma preocupação. 

Desde segunda-feira que a M. está com febre e agora a L. também. Cá em casa parece que estamos no festival do termómetro e do "Panadol", ora vai a uma, ora vai a outra. 

Resolvi então leva-las hoje ao médico. Fomos informados que qualquer coisa, em caso de urgência ir ao American Mission Hospital em Manama mas para pequenas situações ir à clinica deles aqui em Saar. Assim foi, passei por lá de manhã para saber como funciona e voltei ao meio dia, como combinado para uma consulta de pediatria.

O que eu não estava à espera é que quando chegamos à clinica as miúdas começaram a ficar cheias de medo. Só ali percebi que apesar de estarmos relativamente adaptados a este país, nestas alturas vem uma vontade imensa de estar no nosso porto seguro, perto daquilo que já conhecemos e sempre usufruímos. Hoje as saudades tiveram o nome de Dra. Teresa a quem há quase 15 anos telefono quando estou aflita, encontro nos corredores da Maternidade e questiono quando tenho dúvidas e vou ao consultório sempre que necessário. A nossa querida Dra.Teresa tem sempre a palavra certa a dizer, desmistifica os medos das mães quando entram em paranoia e acerta sempre no diagnóstico.

Só quando estava na clinica à espera da nossa vez é que percebi que tinha estado tão absorvida a baixar febres e a encontrar um médico, que não tive tempo para pensar como pode ser assustador para duas crianças de repente verem-se num novo espaço, com um novo médico, com um novo tratamento. Estavam tão aterrorizadas que a L. foi para junto da mana e esta por sua vez apertou-a no seu colo, protegendo-a com garras e dentes, aliás como sempre faz quando sente que a mana caçula não está bem.

Quanto a mim para além de levar comigo o desconforto próprio da situação, levava também no telefone uma cábula com as palavras "tosse e dor de garganta" em inglês para o caso de não conseguir dizer mas fiquei claro enternecida com o carinho e cumplicidade demonstrado pelas duas.

No fim correu bem, foram primeiro à enfermeira e depois à pediatra que foi bastante atenciosa e simpática com elas. Concluiu que estão as duas com uma bruta constipação e olhando para elas  disse a sorrir: São duas irmãs de laços fortes e com muita noção de partilha, de tal forma que até partilham os mesmo micróbios.

Por fim receitou uma série de medicamentos, mas o que me impressionou é que quando saímos do consultório estes já estavam prontos na farmácia da própria clinica. Aqui é só dizer o nome e eles entregam os medicamentos, apenas com a quantidade necessária, dentro de saquetas etiquetadas, devidamente identificadas e com a explicação de como tomar.

Por agora estão bem a descansar, porém é a vez da L. retribuir o carinho da irmã. Como? Da forma mais óbvia claro: gramando pela milésima vez os filmes do Harry Potter.

Um abraço das arábias...até já!