Ando tão cansada

que não tenho tido vontade de escrever.

E hoje continuo tão cansada que decidi não escrever.

Mas agora, no final da noite, senti uma necessidade tão grande de falar (mas sem usar a voz pois doi-me a garganta) que mudei de ideias. Porque o final do dia (para quem está cansado) por vezes é tão frustante que tenho de DESABAFAR.

Desde o momento em que visto a "farda" de motorista e vou recolher a M. á escola, mas atenção... não muito cedo para ela não perder muito da aula de Hip-Hop nem muito tarde para chegar cedo ao ginásio e ter tempo de brincar antes da aula. Então todo aquele percurso escola- ginásio (Telheiras-Amoreiras) não se cala a lembrar que quer chegar cedo, porque é que não vou mais rápido, e a perguntar que horas são de 2 em 2 minutos, e se vai chegar atrasada?

Ok, com esta missão cumprida começa outra.

Ir depressa buscar a L. ao infantário porque está quase a fechar. E aqui sim, começa o verdadeiro turbilhão do final do dia. Brinquedos espalhados pela casa, aquela musica irritante e insuportável do Noddy a toda a hora, o iogurte espalhado no tapete, as chaves que desaparecem, a chucha que não se encontra, a minha mala desarrumada, a fralda por mudar e a birra porque quer chocolate!

Interrompemos então o serão feliz para ir buscar a M. ao ginásio.

Meto a L. no carro e lá vamos nós, dar mais uma voltinha na profissão de motorista.

E com ambas as filhotas em casa...recomeça o turbilhão.

Tudo para a banheira, depois da birra das meninas não quererem tomar banho. Depois é a birra da L. só querer shampoo do Noddy (que já não há) e como a M. põe-lhe outro shampoo, a L. com raiva puxa os cabelos á M, que por sua vez chora.

Interrompo a profissão de cozinheira e vou dar aquele berro, que por acaso sai roco porque (já não me lembrava) estou cansada e dói-me a garganta.

Jantamos em familia, aparentemente tudo calmo.

Mas depois do ice tea entornado por cima de mim, mesmo quando eu ia dar aquela garfada, aquela de quem tinha almoçado apenas uma sandes...recomeça o turbilhão.

Toca a esfregar a mesa, o chão e já agora a L. porque verteu o iogurte sobre ela, e de novo o chão porque o talher da M. caiu mais duas vezes e....e nada.

Perdi o apetite, entalo por fim o meu dedo na porta do armário do caixote lixo, porque estou cansada, e por isso já não consigo coordenar o acto de deitar o lixo com o de fechar a porta.

Pronto, desabafei porque o final do dia de quem está cansado por vezes é...desesperante!